Corrente Sindical Esquerda Marxista
Em todo o Brasil, governos fazem alianças e tentam barrar a aplicação da Lei do Piso. No Estado de São Paulo, governo acena para uma possível negociação, mas não se compromete com nenhuma pauta concreta. E na capital paulista, até o presidente do Sinpeem, Cláudio Fonseca, age contra os trabalhadores. Somente a mobilização contínua e organizada dos trabalhadores poderá barrar tantos ataques.
No último mês de março, a CNTE chamou os trabalhadores da Educação de todo Brasil para uma greve de três dias em defesa da Lei do Piso Nacional do Magistério. A adesão no Estado de São Paulo foi heterogênea, com escolas que pararam inteiramente e outras que nem chegaram a paralisar. Ainda falta para grande parte de nossos companheiros o entendimento da importância da luta organizada, através do sindicato, para fazer uma real frente de combate aos ataques e descasos sofridos em decorrência da administração tucana em São Paulo.
Boa parte dos governos no Brasil e no mundo tem aplicado a política de “tirar dos pobres para salvar os ricos”, através das medidas de estímulo à indústria e comércio com dinheiro dos cofres públicos, enquanto o mesmo dinheiro é retirado do orçamento dos serviços públicos, incluindo aí a educação. No frigir dos ovos, o trabalhador tem acesso a serviços de qualidade diminuída e suas próprias condições de trabalho vêm piorando, com a implantação da flexibilização do trabalho, a desoneração da folha de pagamento e as mudanças nas regras para a aposentadoria. Todas estas medidas apontam para a mesma perspectiva: os trabalhadores pagando a conta da crise enquanto os donos de bancos e indústrias sugam os recursos públicos para continuar explorando seus empregados, com a vantagem de ter que pagar cada vez menos direitos.
No caso dos trabalhadores do ensino público oficial do Estado de São Paulo, a realidade não é diferente, este é o Estado mais rico do país e, no entanto, nele também a precarização do trabalhador da Educação avança a passos largos. Esta é só mais uma das evidências que produção de riqueza sob o sistema capitalista gera apenas concentração da mesma riqueza, que não é transferida aos trabalhadores nem sob a forma de salários, nem de direitos, enquanto estes não lutam por isso.
Embora nós, professores da rede estadual, não nos reportemos a um patrão nos moldes comerciais, somos cada vez mais submetidos a condições precárias de trabalho que longe de garantir melhorias para a educação, sucateiam o ensino público e abrem margem para a entrada cada vez mais ávida da iniciativa privada, sob o pretexto de que a escola pública está ultrapassada e para modernizá-la é preciso fazer parcerias. É o que se tem visto na esfera municipal em São Paulo, em que o governo entregou boa parte das Escolas de Educação Infantil para empresários através de convênio, e na implantação do projeto de Escola de tempo integral, em que a parceria é feita com organizações sociais, empresas disfarçadas de instituições sem fins lucrativos.
Educação de qualidade não se faz com parcerias com o setor privado, se faz através de investimento público na educação pública, proporcionando real valorização dos trabalhadores da Educação, pagando salário digno e garantindo condições adequadas para a realização de seu trabalho, com mais e melhores escolas e redução do número de alunos por sala.
Para alcançar isto, os trabalhadores de São Paulo e do Brasil devem se unir numa luta que é única, pela Educação pública, gratuita, de qualidade e contra toda e qualquer precarização dos trabalhadores.
Para tanto, é preciso que a direção da Apeoesp deixe de lado a postura de priorizar a mesa de negociação com o governo, ao invés da mobilização da categoria. O governo nada nos entregará de bom grado. Ou arrancamos nossos direitos com a nossa luta, ou continuaremos sendo cozidos em banho-maria.
Nossa luta não é diferente da de outros companheiros por todo o Brasil, portanto devemos nos unir a eles, intervindo na CUT e na CNTE, por uma política de luta em defesa dos interesses da classe trabalhadora, contra os patrões e governos que aplicam medidas de cortes aos direitos conquistados por nossa classe.
É hora de organizar e mobilizar nossa categoria para as futuras lutas que se avizinham!
Pela Educação pública, gratuita e de qualidade para todos!
Pelo fim da precarização dos trabalhadores da Educação!
Corrente Sindical Esquerda Marxista
Edson Calheiros (RE EE PRes. Tancredo Neves): edsoncalheiros@gmail.com, 8125-0696.
Nenhum comentário:
Postar um comentário