Comício da Frente de Esquerda em 21/04/2012
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La Riposte
O candidato da Frente de
Esquerda, Jean-Luc Mélenchon, obteve 11,1% dos votos no primeiro turno da
eleição presidencial. Este excelente resultado é um reflexo de uma
campanha exemplar, que por vários meses, mobilizou as energias de dezenas de
milhares de militantes do PCF, do Partido de Esquerda e dos sindicatos,
particularmente a CGT. Sem diminuir a dedicação e o esforço dessa massa
colossal de ativistas, o papel pessoal de Jean-Luc Mélenchon também merece ser
enfatizado. Pela força com a qual ele carregava as ideias e reivindicações
da Frente de Esquerda conseguiu galvanizar grandes massas de jovens e
trabalhadores. Centenas de milhares de pessoas participaram das reuniões e
comícios em torno de sua candidatura.
Ele teve um resultado eleitoral abaixo do suporte real que existe para a Frente de Esquerda. Toda a nossa experiência durante a campanha atesta esse fato. Muitos eleitores conquistados pelas ideias da Frente de Esquerda se deixaram impressionar com a propaganda dos líderes socialistas pelo chamado "voto útil". Nós os reencontraremos mais tarde, provavelmente.
Ainda assim, nunca vimos uma tal
mobilização maciça e entusiástica com um candidato de esquerda desde a campanha
de François Mitterrand, em 1981.Isso marca um divisor de águas na história da
esquerda francesa. Sem dúvida, a campanha da Frente de Esquerda tem tido
um grande impacto sobre a camada da classe trabalhadora mais consciente e
militante. Isso vai dar um novo impulso ao movimento sindical e toda a
luta que ele será levado a travar nos próximos meses e anos.
Certo, o fato mais marcante é a pontuação muito elevada da Frente Nacional. Teria
sido ainda maior se a Frente de Esquerda não tivesse dado um lugar central na
batalha contra a Frente Nacional reacionária e racista, durante a campanha. O
apoio à FN é uma expressão de profundo mal-estar social que existe na França. A
crise do capitalismo está esmagando as vidas e as condições de existência de
uma fração crescente da população. O candidato FN tem conscientemente
alimentado o preconceito e o ódio aos "estrangeiros", enquanto
denuncia as elites e "o sistema" em geral. Esta demagogia de "protesto"
da Frente Nacional ecoou em muitas das vítimas do capitalismo atolado em
insegurança, pobreza e desespero. Sarkozy e seus associados também têm
usado o racismo para confundir e colocar os trabalhadores uns contra os outros,
e não apenas durante a campanha, mas durante muitos anos, o que reforçou o
impacto da propaganda de Le Pen.
Os resultados da primeira rodada tem o suficiente para preocupar Sarkozy. Mas
é importante não subestimar o adversário. Um aumento em seu favor sempre é
possível, dado o vazio do candidato e do programa do PS. Sarkozy é apoiado
por um poderoso aparato estatal e mídia. É apoiado pelos
"mercados" - ou seja por todos os capitalistas de quem sempre foi um
defensor inteligente e implacável.
Mélenchon fez um chamado à participação
massiva nas manifestações de 1 º de maio e, em seguida, bater a direita, em 6
de maio, pelos únicos meios à nossa disposição, ou seja, o voto em Hollande. La
Riposte lança uma chamada na mesma direção. Não temos ilusões sobre o
programa de François Hollande e política que está prestes a aplicar se for
eleito. Mas a questão é também o segundo turno. Precisamos varrer Sarkozy
e seu governo reacionário. Este é um passo essencial na luta contra o
sistema que eles representam. Posteriormente, essa luta vai continuar de
outras formas. As forças sociais por trás da Frente de Esquerda vão estar
na vanguarda desta luta, qualquer que seja o atual governo.
Paris, 23/04/2012
La Riposte
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