Flávio de Almeida Reis
Está marcada para esta quarta-feira (25/04) a votação do Código Florestal na Câmara. Até onde pude acompanhar, a tática adotada pelo PT é tentar aprovar o texto do Senado na íntegra, contra o relatório apresentado pelo Piau (PMDB). Mas será que nos esquecemos de que o texto do Senado contou com forte influência da bancada ruralista no Senado (votação em dezembro de 2011) e na Câmara (votação em maio de 2011)? Lendo o texto final saído do Senado que o PT está propondo aprovar, encontramos os seguintes itens bastante negativos:
- A possibilidade de recuperar só metade das áreas que foram desmatadas em beiras de rios e nascentes até junho de 2008.
- A permissão do plantio de lenhosas em áreas com inclinação maior de 45° e topos de morros.
- A desobrigação de recuperar as RLs desmatadas até 2008 para todos os imóveis com até quatro módulos fiscais.
- A autorização das RLs e APPs serem recompostas com até 50% de espécies exóticas, o que aumentaria os desertos verdes de eucalipto e pinus.
- A possibilidade de recuperar ou preservar a RL e/ou a APP em outra propriedade de um mesmo bioma.
- Permissão da regularização da expansão da carcinocultura nos mangues.
Para mim está mais do que claro. A reforma do Código Florestal é um sinal verde para o desmatamento e um sinal vermelho para a Reforma Agrária. Como militante do PT e mestrando em geografia já escrevi alguns artigo a respeito do tema. Meu último artigo foi esse
Dilma precisará honrar seu compromisso de campanha
Se em 2011 a “governabilidade” de Dilma não funcionou na Câmara e no Senado. Agora, com o projeto voltando para a Câmara, quem acredita que funcione? PSD, PMDB, PR, Base Aliada toda q o PT mima com ministérios, cargos e MUITA grana votando com o PSDB/DEM contra o PT.
Dilma precisará cumprir seu compromisso de campanha e vetar este reacionário projeto, não só seus "excessos", mas o texto inteiro. Um forte apoio da CUT e do MST, entre outras entidades de peso na luta de classes, assim como uma grandiosa popularidade, lhe daria respaldo para enfrentar de frente o agronegócio e a bancada ruralista.
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