Compadre João, da Flasko, levando a luta pela estatização |
No dia em que a Avenida Paulista
completou 120 anos, trabalhadores da Fábrica Ocupada Flaskô, dos movimentos
pelo direito à moradia (MTST e MUST) e dos sem-terra da região de Campinas,
realizaram um grande ato público, ocupando a avenida e depois o prédio onde
fica um escritório da Secretaria da Presidência da República. Em época de
Natal, com a Avenida toda decorada, os trabalhadores deram o tom vermelho à
“festa”, que se mostra bastante desigual no capitalismo. Enquanto a burguesia
prepara seu “peru gordo”, a classe trabalhadora enfrenta as mazelas da miséria
e da exploração do trabalho.
O ato foi pautado pela
reivindicação por um Plano Nacional de Desapropriações – por reforma agrária,
para moradia e para trabalho. Os sem-terra precisam de terra para plantar e
morar, os trabalhadores da cidade precisam de moradia. Os trabalhadores que
ocuparem as fábricas, como a Flaskô, precisam ter a garantia da defesa de forma
duradoura dos seus empregos e direitos. Por isso, lutam pela estatização sob
controle dos trabalhadores!
Manifestação mostra que insatisfação começa a crescer no Brasil |
O ato concentrou 2.000
trabalhadores no vão do MASP, que marcharam em direção ao escritório da
Secretaria da Presidência da República, que fica na própria Av. Paulista.
Ocuparam as duas vias da avenida, e depois o próprio prédio. Foram recebidos
pela Chefia da Secretaria da Presidência em São Paulo, Sra. Rosemary de
Noronha, onde se conquistou uma reunião com o Ministro Gilberto Carvalho, já
para o dia 19/12, ás 14h30, em São Paulo, e depois, o indicativo de uma reunião
com a Presidenta Dilma Rousseff para o ano que vem.
Depois, seguiu-se para a
Assembléia Legislativa de São Paulo, onde houve uma Audiência Pública,
impulsionada pela Comissão de Direitos Humanos, contando com os Deputados
Carlos Gianazzi (PSOL), Adriano Diogo (PT) e Simão Pedro (PT), com o lançamento
da campanha “Sem teto com vida”, discutindo a criminalização dos movimentos
sociais, especialmente os sem-teto, que foram assassinados e presos nos últimos
anos.
Abaixo apresentamos a carta da
Esquerda Marxista divulgada durante o ato. Explicamos que a Presidenta Dilma,
para atender estas reivindicações,
deve romper com a burguesia e construir um governo socialista dos trabalhadores.
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Organizar,
mobilizar, conquistar!
Dilma,
o Plano Brasil Maior é só dinheiro público para os empresários.
Exigimos
Estatização da Flaskô, Moradia e Reforma Agrária!
A Esquerda Marxista, seção brasileira
da Corrente Marxista Internacional (CMI), desde a ocupação da Cipla e
Interfibra, em Joinville/SC, em 2002, e da Flaskô, em 2003, em Sumaré/SP, luta pela
estatização das fábricas ocupadas. Esta reivindicação é a única solução duradoura
para recuperar os direitos sonegados pelos patrões, a manutenção e ampliação dos
empregos. Somamo-nos às lutas por Moradia e por Reforma Agrária.
A luta das Fábricas Ocupadas mostra o
poder da classe operária organizada. Afinal, se numa fábrica os operários podem
organizar a produção, melhorar imensamente as condições de trabalho, reduzir a jornada
de trabalho para 30 horas semanais sem redução de salário, o que a classe
trabalhadora será capaz de fazer se estiver no comando de toda a sociedade?
A ocupação e o controle operário
mostram que os patrões são totalmente desnecessários e não passam de uma classe
parasita (a burguesia) que suga a riqueza produzida pelos trabalhadores,
bloqueando o pleno desenvolvimento das forças produtivas e das capacidades
humanas.
O capitalismo, esse sistema de
exploração do trabalho social e coletivo para o enriquecimento de uma minoria,
é responsável pela atual crise econômica que sacode o mundo, pela desigualdade
social e outras desgraças da humanidade (miséria, guerras e epidemias). E o
Brasil não é uma ilha como pretendem os governantes dedicados a sustentar a
exploração capitalista. E a prova é que a crise que “não ia chegar ao Brasil”
já provoca a estagnação da economia e “crescimento zero” no 3º trimestre de
2011. O Brasil “potência” vai crescer este ano menos que a Europa em recessão!
Para interromper a farra imperialista
e o sofrimento da classe trabalhadora e preciso unificar, mobilizar e organizar
nacionalmente. Para isso precisamos reconquistar as organizações de massas que
a classe reconhece como suas e que construiu com duras batalhas, como o PT, a
CUT e o MST. Só assim podemos levantar a classe inteira contra seus carrascos. Sem
isso, por mais radicalizada que pareça uma luta, ela não encontrará uma
perspectiva correta, ficando isolada do conjunto do movimento operário e mais
suscetível aos ataques da burguesia.
A política das direções das
organizações de massa é de conciliação de classes, da tentativa fadada ao fracasso
de unir os interesses dos operários com os dos patrões, dos sem-terra com os
dos latifundiários, dos sem-teto com os de banqueiros, governos e construtoras,
mas a responsabilidade que estas direções assumiram deve ser cobrada no terreno
da organização e da mobilização de classe. Abandonar o terreno das organizações
tradicionais significa abandonar o combate e dar as costas à nossa própria
classe.
Um governo dominado pelos capitalistas
não pode resolver nossas reivindicações e avançar para o socialismo. A mentira
e a corrupção se transformaram num “método de governo” em todo o mundo.
Só a mobilização e a organização independente
da classe trabalhadora pode impor a ruptura com a burguesia e seu sistema. Só
um governo em luta com a burguesia e o capital internacional pode romper a
dominação imperialista sobre o Brasil. O que precisamos é de um Governo
Socialista dos Trabalhadores.
Por isso afirmamos:
- As direções do PT, da CUT, da UNE e do
MST devem assumir suas responsabilidades unificando e mobilizando o conjunto da
classe trabalhadora e da juventude brasileira pelas reivindicações populares;
- Dilma Rousseff tem a responsabilidade
de atender as reivindicações, estatizar a Flaskô, estabelecer um plano nacional
de moradia popular para todos os sem-teto e realizar a reforma agrária!
- Unidade para enfrentar os
capitalistas e o imperialismo! Luta pelo socialismo!
Esquerda Marxista
08/12/2011
Finalmente heim...
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