Serge Goulart
O movimento revolucionário que começou na Tunísia invadiu o Egito e levou milhões à Praça Tahrir, varreu todo o Oriente Médio e o Magreb (norte da África), derrubou ditaduras e tocou o mundo. O pano de fundo de tudo é a crise capitalista que tudo toca e tudo destrói trazendo maiores sofrimentos para bilhões de seres humanos que vivem de seu trabalho. Os elos mais fracos saltaram primeiro, mas agora é a vez da Europa e Estados Unidos. Em breve chegará a vez do Brasil.
Isto é tão certo quanto a Terra gira em torno do Sol. A burguesia e seus agentes nos diferentes governos podem atrasar o relógio tentando contornar as leis inexoráveis da economia capitalistas, mas não podem impedir que avalanche desabe sobre a montanha. É uma questão de tempo. O canto “desenvolvimentista” dos reformistas vai se desvanecer como a bruma da manhã e então o gigante vai aparecer como é de verdade: um imenso marionete do imperialismo com pés de barro!
Egito: As massas engolfam as forças de repressão e dividem o exército |
É verdade que algumas seitas de extrema esquerda não conseguem compreender isso e como os jovens ocupam praças na Espanha, onde o desemprego atinge 48,5% da juventude, eles creem que aqui também é hora de ocupar praças aos milhões. Sem compreender as diferenças da economia, os ritmos e as manobras possíveis da burguesia e seus governos em cada lugar e cada momento, eles incentivam jovens radicalizados a “ocupar São Paulo” ou “ocupar o Rio”, ou outras cidades, reunindo algumas dezenas de jovens em praças onde os transeuntes olham com curiosidade, e sem entender, algumas barracas montadas sobre o paralelepípedo.
As manifestações na Puerta del Sol , em Madri, conhecidas como “Movimento dos Indignados” se espalhou pela Espanha e pelo mundo. O movimento “Ocupe Wall Street”, nos Estados Unidos, tem ganhado apoiadores até entre os policiais. A violência aplicada contra os ativistas tem gerado indignação entre policiais, já que uma parcela deles simpatiza com o movimento que luta “contra os 1% que dominam a economia norte-americana”.
O cartaz diz: "Cavalheiros contra a ganância"! |
Manifestação de 15 mil sindicalistas contra ameaças de repressão aos ocupantes |
Até policiais simpatizam com “Ocupe Wall Street”
Após a policia de Madison, Wisconsin, se recusar a desalojar e se unir aos grevistas que ocuparam a Assembleia Legislativa da capital de Wisconsin por semanas, lutando contra o pacote de cortes de salários, empregos e direitos enviado pelo governador vemos agora, depoimentos de uma série de policiais, nos EUA, apoiando o “Ocupe Wall Street”. (Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=HVE_rLjxnfU&feature=player_embedded).
Tudo isso expressa a profundidade do mal-estar que se sente nos EUA e da crise que corrói o capitalismo até na casa do dragão.
"Estou totalmente de acordo com os protestos. Eu também faço parte dos 99%. É preciso entender que a maioria dos manifestantes são pessoas pacíficas que simplesmente querem ver uma mudança”, disse Fred Shavies, membro da polícia Oakland, que publicamente declarou seu apoio ao movimento dos “Indignados”. Shavies conta que muitos membros da polícia não podem fazer publica suas divergências por temerem a repressão dos chefes.
Tudo isso expressa a profundidade do mal-estar que se sente nos EUA e da crise que corrói o capitalismo até na casa do dragão.
Na camiseta do policial, dentro da Assembléia Legislativa, se lê: "Cops for Labor" que pode ser traduzido por"Tiras apoiam trabalhadores" |
O capitão aposentado da polícia da Filadélfia, Ray Lewis, que foi preso em uma das manifestações do movimento, disse que os Estados Unidos parecem ser uma ditadura. Segundo ele, é absurdo que jornalistas sejam presos por tentarem informar sobre o desalojo dos manifestantes, como ocorreu em Nova Iorque, no parque Zuccotti.
Mostrando bem a confusão reinante nesta multidão de manifestantes tomados de espanto pela crise capitalista, um policial declarou que “Muitos acreditam que uma mudança importante na lei americana seria que não houvesse obrigação dos policiais em reprimir manifestantes. Assim eles poderiam se unir ao movimento que simpatizam”. É um começo de tomada de consciência. Mas, ainda há um largo caminho a percorrer até que estes “cidadãos” compreendam que “O Estado é um bando de homens armados.” (F. Engels). E que a função social real da polícia é proteger o “direito sagrado” da propriedade privada dos grandes meios de produção (fábricas, etc.), que a burguesia detém, e seus governos (seu Comitê Central de negócios) e, portanto sua principal tarefa é precisamente e fundamentalmente reprimir os movimentos sociais de protesto.
Policia de Nova York cumprindo sua missão social |
É preciso ajudar ao máximo esta juventude que se mobiliza a conhecer a verdade sobre a luta de classes e a necessidade que tem de se ligar às massas proletárias organizadas nas fábricas e nas grandes organizações de massa. A única perspectiva da juventude é estabelecendo uma efetiva ligação com a classe operária e a luta pelo socialismo. Sem o fim do regime capitalista veremos uma e outra vez crises, explosões de indignação, sofrimento e a água que transbordou voltando a correr no leito original e sendo oprimida pelas margens do rio.
Esta perspectiva socialista e revolucionária, que jamais chegará pelo acúmulo de pequenas "melhoras", sempre eventuais e passageiras, exige um trabalho árduo e perseverante para ajudar a classe trabalhadora a fazer a experiência e transbordar, ultrapassar, sobre a base da própria experiência, as atuais direções majoritárias do movimento operário em uma dura luta no interior das próprias organizações de classe. É este movimento que eve interessar e empolgar a juventude.
O mais importante não foi citado, a cabeça central do sistemma, o s bancos particulares , o sistema finaceiro não oode ser privado. calendarioiconoclasta.blogspot.com
ResponderExcluir