Ontem, noite
do dia 17, foi realizada a Assembleia dos estudantes da USP que estão em luta
contra a presença da polícia no interior do campus. Abaixo segue o panfleto da
Esquerda Marxista distribuído durante a realização da Assembleia que
contou com mais de 3000 estudantes. A esmagadora maioria votou pela
continuidade da greve.
Desde 2009
quando a PM entrou na USP para reprimir com violência manifestações e greve de
estudantes e funcionários da universidade até os dias atuais, muito pouco foi
debatido sobre a presença da PM no campus e sobre a fragilidade da autonomia
universitária após os ocorridos naquele ano. Daí surge a questão: quem é que
está à frente e para que serve a organização estudantil? Qual o papel das
lideranças estudantis dentro da USP sendo que faltam ações diretas e concretas
para os problemas deste espaço?
A PM na USP
serve para fazer o que ela faz em qualquer lugar: reprimir. Associar a presença
da polícia militar à segurança é um grande erro. A existência da PM está
associada à defesa da ordem e da propriedade privada, que é contrária a
qualquer manifestação ou luta dos trabalhadores e jovens. No caso da USP, o
convênio da Reitoria com a PM vem no bojo do projeto de privatização da
universidade pública (afinal quando as fundações privadas e parcerias
público-privadas entram na universidade pública, é preciso que a polícia se
faça presente para defender os interesses destes) e para reprimir o movimento
estudantil e sindical dentro da Cidade Universitária.
Este convênio,
assinado sem consulta à comunidade universitária, tem como único objetivo
reprimir aqueles que se manifestam contra a falta de democracia na
universidade. Isso gerou um confronto entre os estudantes de um lado e a
reitoria do outro, que culminou com a ocupação da reitoria e a violenta
reintegração de posse realizada pela tropa de choque.
No nosso
entendimento, um dos grandes responsáveis por permitir que essa crise chegasse
ao ponto em que chegou é a direção do DCE da USP. Desde a prisão dos nossos
três colegas no estacionamento do prédio da História até a ocupação da
reitoria, realizada por um grupo pequeno e à revelia da maioria, os
representantes máximos do movimento estudantil em nossa universidade assistiram
a tudo com uma passividade que não condiz com as posições para as quais foram
eleitos. Se por um lado é verdade que a ocupação da reitoria não foi decisão do
conjunto dos estudantes, por outro lado foi justamente a omissão da direção do
DCE que possibilitou a um grupo minoritário do movimento agir “em nome” de todos
os estudantes. Claro que os vacilos da direção do DCE não justificam uma
atitude como essa. Mas a direção do DCE continuou vacilando quando, na grande
assembleia que ocorreu após a reintegração de posse da reitoria, enquanto ainda
dezenas de estudantes encontravam-se presos, essa mesma direção se contrapôs à
greve imediata. Felizmente a maioria dos estudantes soube agir contra sua
própria direção e aprovar a greve imediata – que era o mínimo que o movimento
estudantil poderia fazer diante de tal situação.
Agora, o Comando
de Greve eleito e o conjunto dos estudantes em cada nova assembleia devem tomar
medidas para aprofundar e prolongar a greve estudantil. Nenhum estudante deve
frequentar uma aula sequer enquanto houver PM dentro do Campus. A decisão dos
estudantes do Campus de São Carlos de entrar em greve em solidariedade aos
estudantes do Campus Butantã só nos mostra que isso é possível!
Mais que isso: o
Comando de Greve deve receber mandato da Assembleia Geral dos Estudantes para
se dirigir à Adusp e ao conjunto dos professores com a consigna: Nenhum
professor da USP que defenda os preceitos básicos da democracia deve aceitar
ministrar uma aula sequer enquanto o campus estiver sob o controle da PM – que
nada mais é do que um bando de homens armados sob as ordens de Rodas. Greve dos
professores já!
Se caminharmos
nessa direção, sem recuar, podemos impor a anulação do convênio entre a
reitoria e a PM. Mas para isso é preciso que o Comando de Greve não vacile como
a direção do DCE o fez. A cada vacilo do Comando de Greve as assembleias devem
reeleger seus membros para garantir que o movimento avance até a vitória.
É imprescindível
ampliar a greve e apelar ao conjunto dos professores. Só assim seremos
vitoriosos: Unindo professores, estudantes e funcionários pela retirada da PM
da USP!
Célula da
Esquerda Marxista da USP
Artur – História
(11) 8429-7403 - Lucia – Ciência Sociais (11) 8463-8215
Sede em São
Paulo (11) 3101-8810 – contato@marxismo.org.br
www.marxismo.org.br
É, ser da esquerda é uma coisa, radical e rebelde sensacionalista é totalmente diferente...
ResponderExcluirna verdade p que voces querem é fumar maconha livremente dentro da universidade. lutem pelos reais direitos dos estudantes, isso é tudo que a gente quer dos DCE's e da UNE.
ResponderExcluirSério que você acredita no que escreveu? "Associar a presença da polícia militar à segurança é um grande erro. A existência da PM está associada à defesa da ordem e da propriedade privada, que é contrária a qualquer manifestação ou luta dos trabalhadores e jovens".
ResponderExcluirMas a defesa da ordem não inclui a segurança?
Faltou borrachada na retomada da reitoria, isso sim
E o que os estudantes da USP fazem????? fumar maconha???? bela elite cultural o Brasil está formando!!!!!
ResponderExcluirIsto só inflama mais, vcs acham que uma instituição que a séculos dominam o poder em São Paulo, porque não Brasil, vão engolir serem expusos por um números de estudante? torço para que seu(s) objetivo(s) seja alçado, mas tive a noticía pelo CONSEG do bairro, que o comandante geral da PM disse; que assim que abaixar a poeira ele vai intensificar o patrulhamento.
ResponderExcluirabraço,ex aluno ou melhor eterno aluno da USP.
É lamentável que a discussão fique circunscrita à maconha.
ResponderExcluirPor favor, a quem querem enganar? houve um fato que denunciou uma prática que estava sendo gestda na USP. Em tempo houve uma resistência democrática, reprimida por ógãos que reprimem historicamente. Não há porque retroceder. Setores progressistas da USP se posicionaram. Já sabemos o que ocorre. A luta continua!