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16 de agosto de 2011

45 mil trabalhadores em Greve na Verizon nos EUA

Wanderci Bueno


Trabalhadores realizam piquete


Nos EUA milhares de trabalhadores se colocam em movimento em defesa de seus direitos, retomando as melhores tradições grevistas com seus combativos piquetes de greve. É a greve da Verizon que reacende a chama de Wisconsin.

Sim os trabalhadores norteamericanos lutam e fazem greves. Eles são iguais aos trabalhadores de todo mundo, com tradições e experiências distintas, com organizações e direções ultraconservadoras, mas sofrem os mesmos efeitos da exploração e da crise e desejam um mundo melhor.

Durante anos os meios de comunicações pintaram os EUA como sendo um país onde os trabalhadores são ordeiros, pacatos e colaboram com o engrandecimento e riqueza da grande nação imperialista, mas omitem que eles sofreram e sofrem brutais perseguições e repressões, omitem que suas organizações foram tomadas por máfias a serviço do capital, escondem que trabalhadores foram levados à cadeira elétrica, mas que apesar de tudo construíram forte sindicatos. A burguesia festeja e comemora a existência da burocracia sindical. Igual faz em todo mundo. Mas quando a classe operária se coloca em ação ela treme!

Em fevereiro deste ano um relâmpago iluminou o aparente céu azulado do país de Tio Sam. Uma cidade inteira se ergueu contra os cortes nos direitos dos trabalhadores dos serviços públicos em Wisconsin. Chegou-se a ser cogitada a convocação de uma greve geral para enfrentar a crise. As mobilizações que lá aconteceram foram comparadas às que ocorreram no Egito, mas o movimento foi derrotado e recuou. A direção sindical jogou as fichas na pressão sobre o parlamento e recuou diante das ameaças contra o sindicato e sindicalistas, abandonaram a proposta de greve geral. Foram 4 meses de lutas que ameaçavam se espalhar por todo território e parar o país. A direção pelegou, o movimento refluiu.
                                           
A mobilização toma as ruas


Agora, surge em cena a poderosa greve da Verizon, uma gigante das telecomunicações. 45 mil trabalhadores em greve se erguem diante da decisão patronal de congelar os salários, indexando parte dos salários ao desempenho individual dos trabalhadores, criando mecanismos que aumentam as facilidades para demitir os trabalhadores e aumentando o valor das cotas pagas pelos trabalhadores para poderem se aposentar, aumentando os preços dos convênios de saúde.

A luta dos trabalhadores da Verizon vem se somar às experiências das lutas de Wisconsin e certamente colocará o movimento sindical dos trabalhadores norteamericanos em um novo patamar. Muitos começam a compreender a necessidade de um partido dos trabalhadores e também a necessidade de construir direções sindicais que respeitem as decisões das bases e rompam com a submissão aos partidos da burguesia, fortalece-se na consciência dos trabalhadores a necessidade de construir comitês de fábricas, de bairros, que devem ser solidificados em comitês de greve e abrir caminho para uma greve geral de massas.

A crise mundial encontra na Europa a resistência das massas trabalhadoras que despertam, mas ainda se defrontam com as barreiras que lhes colocam as direções socialdemocratas e comunistas que teimam em buscar salvar o capital. 

Nos EUA, a greve de Verizon dá um passo adiante e novamente aponta a necessidade da unidade geral dos trabalhadores norteamericanos para as lutas mais decisivas que se aproximam. Quando isso ocorrer elevará de maneira irresistível a sua consciência e o socialismo será recolocado no centro das lutas ao lado da necessidade de colocar um fim no capitalismo para assegurar de vez um mundo melhor aos trabalhadores estadunidenses e de todo mundo, um mundo sem guerras onde todos os trabalhadores possam se apropriar da riqueza gerada por seu próprio trabalho.

O vigoroso movimento dos trabalhadores que também se ergue em Israel, depois do Egito e dos países árabes, passando pela Grécia, Portugal, Espanha, Inglaterra, Itália, França e agora Chile, irá certamente atingir o momento busca de sua centralização em nível mundial, retomando a bandeira inscrita no Manifesto Comunista da Associação Internacional dos Trabalhadores: Unam-se proletários do mundo, nada tens a perder a não ser vossos grilhões!


Viva a luta dos trabalhadores da Verizon!

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