Nesta quarta-feira, dia 11, foi um dia de muita luta e luto para os trabalhadores da Energisa, em protesto pelas demissões em massa e sem justificativa que vêem ocorrendo nos últimos dias. A partir das 6h30 da manhã, a categoria, juntamente com dirigentes do Sindicato dos Eletricitários (Sinergia), realizou um Ato Público em frente à entrada da sede da Empresa, para denunciar o clima de tensão e pânico que as demissões sem fundamentos vêem causando nos eletricitários.
Vestidos de preto, simbolizando luto, os manifestantes declararam solidariedade aos colegas demitidos, e delataram as péssimas condições de trabalho que os trabalhadores estão enfrentando. O Ato Público contou com o apoio e companheirismo da Central Única dos Trabalhadores (CUT-SE), do Departamento Intersindical (Dieese), Sindicato da Indústria da Construção Civil (SINDUSCON), Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe (SINTESE), Advocacia Operária, e da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU).
“A nossa expectativa é de que as demissões sejam revertidas, pois a maioria dos trabalhadores despedidos tem mais de 30 anos de serviço prestados. De janeiro até agora, 50 trabalhadores foram dispensados, e, de acordo com um levantamento realizado pelos técnicos do Sinergia, de 2008 à 2010, 150 trabalhadores foram demitidos, de uma categoria que até então concentrava 950 trabalhadores”, declarou Sérgio Alves, presidente do Sinergia.
Péssimas condições de Trabalho
Para o presidente da CUT-SE, Rubens Marques, uma empresa rentável como a Energisa, não pode tratar os seus trabalhadores com desrespeito. “O que nós estamos vendo aqui é descaso com o trabalhador. A Energisa é uma empresa que não tem concorrente, por isso monopoliza o serviço, e mesmo assim, só pensa em lucro. Sim, porque o fato dela demitir trabalhadores, alguns sem nenhuma advertência, só pode ser entendido como mais uma forma de aumentar os lucros. O mais agravante é que, quando ela reduz o quadro de trabalhadores, aqueles que ficaram nos postos de trabalho ficam sobrecarregados, e isso é a causa de graves acidentes”, observou Rubens Marques (CUT-SE).
A análise do presidente da CUT-SE é compartilhada por Sérgio Alves. De acordo com o sindicalista, muitos eletricitários estão trabalhando sem folga, isto é, 30 dias corridos, e logo após, entram em outra jornada de sobreaviso. “A Energisa mantém altos lucros, mas não respeita os trabalhadores que doam suas vidas para o seu crescimento. Ela demite os funcionários mais antigos para contratar pessoas que se submetem a salários mais baixos, por meio de empresas terceirizadas”, informou o presidente do Sinergia.
Incentivo Fiscal
Outra questão importante que a Central Única dos Trabalhadores levantou foi o fato da Energisa receber incentivo fiscal, e, no entanto, não respaldar essa segurança para os trabalhadores, que temem ser demitidos a qualquer hora. “O Governo precisa cobrar uma contrapartida da Energisa, e uma boa compensação seria a manutenção dos empregos, principalmente dos funcionários com mais de 20 anos de carreira e que estão quase se aposentando. Como sergipano e militante sindical, eu sonho e luto para que um dia a empresa de energia volte a ser estatizada, porque até agora, a tal competência da privatização nenhum sergipano conseguiu enxergar”, assegurou o presidente da CUT-SE.
Segundo Alves, há um histórico dos sindicalistas da Energisa que relata que antes de ser privatizada, a empresa possuía um número de acidentes bem menor. “Isso mostra que, acima de tudo, a privatização precarizou o serviço. Hoje, a empresa não informa os acidentes que ocorrem, ela simplesmente dá folga ao trabalhador e manda ele para casa. Que competência é essa que rebaixa o plano de carreira dos seus trabalhadores, que mata, que reprime?”, questionou.
Fonte:CUT-Sergipe
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