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22 de março de 2012

A atualidade dos ensinamentos de Trotsky em: Aonde vai a França

Wanderci Bueno

Trotsky e sua filha Nina na França
Nosso amigo e camarada Fabiano Leite postou no seu facebook alguns extratos do texto de León Trotsky, Aonde Vai a França, escrito quando ainda o nazismo ainda engatinhava para mais tarde surgir como a etapa suprema da degeneração do capitalismo. A crise que assolava o mundo impunha aos partidos operários e sindicatos a necessidade a sua mais ampla unidade, a condição indispensável para salvar a humanidade da guerra e da destruição.


Stalin, comandando os partidos comunistas, se recusa a estabelecer a unidade entre os trabalhadores ligados aos partidos e sindicatos da social democracia. O desespero toma conta das camadas médias. Estavam abertas as portas para o avanço do nazismo. As condições para a revolução socialista não só estavam maduras, mas começavam a apodrecer e com as políticas ora sectárias, ora frente populista de Stalin, conduziriam a humanidade e a classe operária ao período mais agudo da destruição capitalista: a guerra imperialista. 


Fabiano, ao qual agradeço, certamente não se molestará ao se deparar com sua iniciativa publicada em nosso blog. 


Fabiano Leite

Lendo Trotsky ("Aonde vai a França", escrito na década de 1930), extraí a seguinte citação que se ajusta como uma luva à crise global atual do capitalismo. “A primeira e mais importante premissa de uma situação revolucionária é a exacerbação intolerável das contradições entre as forças produtivas e as formas de propriedade. A nação deixa de avançar. A parada do desenvolvimento da potência econômica e, ainda mais, sua regressão significam que o sistema capitalista de produção se desgastou completamente e que deve ceder seu lugar ao sistema socialista. “A crise atual, que abarca todos os países e atrasa a economia em dezenas de anos, empurrou definitivamente o sistema burguês ao absurdo. Se, no início do capitalismo, operários famintos e ignorantes destruíram as máquinas, agora quem destrói as máquinas são os próprios capitalistas. A manutenção, a partir de agora, da propriedade privada dos meios de produção ameaça à humanidade com a barbárie e a degeneração”. “(...) A base da sociedade é sua economia. Esta base está madura para o socialismo em duplo sentido: a técnica moderna alcançou um nível tal que poderia assegurar um elevado bem-estar ao povo e a toda a humanidade; mas a propriedade capitalista, que sobrevive, condena os povos a uma pobreza e a sofrimentos cada vez maiores”. “(...) A premissa fundamental, econômica, do socialismo, existe desde há muito tempo. Mas o capitalismo não desaparecerá do cenário por si mesmo. Somente a classe trabalhadora pode arrancar as forças produtivas das mãos dos exploradores que as estrangulam. A história nos coloca esta tarefa de forma aguda. Se o proletariado se encontra, por tal ou qual razão, incapaz de derrubar a burguesia e tomar o poder, se está, por exemplo, paralisado por seus próprios partidos e sindicatos, continuará o declínio da economia e da civilização, aumentarão as calamidades, o desespero e a prostração se apoderarão das massas e o capitalismo – decrépito, putrefato, cadavérico – estrangulará os povos cada vez com mais força, arrastando-os ao abismo de novas guerras. Não há salvação fora da revolução socialista” (Trotsky, Aonde vai a França?). 

Trotsky escreveu estas linhas na década de 1930, quando a ala fascista do capital financeiro ameaçava a França, depois de ter conquistado o poder na Itália e na Alemanha

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