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31 de agosto de 2011

O que podemos aprender com a greve da Verizon nos EUA

Trabalhadores fazem caminhada pelas ruas em apoio à greve

No dia 22 de agosto encerrou-se a greve dos 45 mil trabalhadores da Verizon, uma das grandes empresas de telecomunicações nos EUA. A greve atingiu as empresas em 11 estados.

No dia 16 de agosto publicamos uma matéria divulgando a luta destes trabalhadores dos EUA. Agora publicamos um panfleto que os camaradas do Socialist Appeal distribuíram durante a greve onde explicam a importância da unidade e da organização sindical, bem como a necessidade da luta por um partido operário. Este panfleto dirigido à luta dos trabalhadores da Verizon é um exemplo que deve ser estudado e seguido pelos trabalhadores brasileiros.

“Os trabalhadores de Comunicação da América (CWA) e da Irmandade Internacional dos Trabalhadores Elétricos (IBEW) entraram em greve após a Verizon recusar a voltar atrás nas suas exigências de que os trabalhadores da empresa aceitassem cortes.

Embora a velha linha fixa de telefone tenha diminuído recentemente, a Verizon continua ganhando muito dinheiro com seu serviço de TV a cabo e também com trabalhadores da Verizon Wireless que não são sindicalizados. (A Verizon é dona da maior parte da Verizon Wireless).

De acordo com o relatório trimestral da Verizon de Janeiro, a empresa quase que duplicou seus lucros em relação ao ano de 2010. Em abril foi divulgado que os lucros da empresa mais do que triplicaram desde a oferta do serviço popular iPhone, e de acordo com o New York Times, a Verizon teve um lucro de $22 bilhões de dólares nos últimos quatro anos e um lucro líquido de $6,9 bilhões de dólares apenas nos primeiros seis meses deste ano. Na verdade, pelo menos até a recente turbulência nos mercados, as ações da Verizon têm superado o mercado de ações como um todo.

Agora pode-se entender o porque a gerência da Verizon está tentando fazer estes cortes, é que “eles precisam desesperadamente” cortar os trabalhadores sindicalizados pois seus acionistas exigem ainda mais lucros às custas dos trabalhadores! A Verizon está exigindo que os aumentos salariais estejam atados à produtividade do trabalho e que os trabalhadores paguem até 3 mil dólares por ano em convênios médicos, o que na verdade representa um corte nos salários.

A empresa quer cortar feriados como Dia de Martin Luther King e o Dia dos Veteranos. O New York Times noticiou que a gerência da Verizon quer acabar com pensões para novos contratados e congelar o pagamento de pensões para os atuais trabalhadores. A direção da empresa também quer cortar os direitos às faltas por motivo de saúde e disse que gostaria de incluir disposições no contrato que acabariam por eliminar cláusulas de segurança no trabalho. Isto permitiria demitir trabalhadores antigos e contratar nova “força de trabalho livre de pensão”. A possibilidade de demitir trabalhadores mais facilmente permitirá à empresa realizar a destruição completamente do sindicato.

E enquanto a gerência exige cortes para os trabalhadores nestes “tempos difíceis”, os tops de 5 executivos receberam uma compensação total de 258 milhões de dólares nos últimos 4 anos. Isto é em média mais de 12 milhões por cada executivo ao ano! Os tempos estão claramente muito difíceis para todo mundo!

Apesar do alto lucro e dos altos salários pagos aos executivos, a Verizon está tentando reduzir seu custo de trabalho. A lógica do capitalismo é a de que a força de trabalho com menor remuneração possibilite aumento da mais-valia, ou seja, maiores lucros, e quando a taxa de desemprego está alta, os salários devem cair ainda mais. Mas neste caso, uma força de trabalho sindicalizada é um obstáculo.

Os capitalistas da Verizon estão determinados a vencer esta batalha. Isto pode levar a uma longa greve mas o sindicato deve estar mais determinado do que os patrões e provar que sem o trabalho dos trabalhadores da Verizon, a Verizon não é nada!

A vitória para os trabalhadores da Verizon seria a vitória de todo movimento dos trabalhadores. Poderia servir de exemplo para milhões de outros trabalhadores que também estão sofrendo ataques como estes enfrentados pelos trabalhadores da Verizon. Uma derrota seria um golpe no movimento dos trabalhadores como um todo. Esta é uma batalha que deve ser vencida e pode ser vencida!

Para vencer esta greve, os trabalhadores devem ver que sua força depende da capacidade de espalhar esta greve. Quanto mais ampla esta luta, e mais popular for o apoio que conseguirem, mais os patrões ficarão de cabeças quentes e temerão enfrentar os sindicatos.

Primeiro: o CWA e o IBEW devem exigir que o contrato que eles estão negociando cobrirá toda a força de trabalho da Verizon, incluindo qualquer trabalhador que entrar para o sindicato, agora ou no futuro, incluindo todos aqueles que trabalhem para a Verizon Wireless. Em muitas faixas nos piquetes carregados pelos trabalhadores podemos ler: “Cada trabalhador da Verizon: um Trabalho sindicalizado!” Esta é uma exigência excelente! Mas o que é necessário para alcançar isto é uma campanha de organização massiva para recrutar os trabalhadores da Verizon Wireless para dentro dos sindicatos, dando a eles as mesmas pensões, benefícios de convênio médico e salários. Temos força em nosso número! A sindicalização dos trabalhadores da Verizon Wireless, lado a lado com seus irmãos e irmãs nas filas de piquete, não deixaria aos executivos da Verizon nenhuma outra opção, a não ser desistir de seus planos.

Segundo: o CWA e o IBEW devem mobilizar seus membros da AT&T e outras empresas de telecomunicações para apoiar a greve. Estes trabalhadores devem ajudar os trabalhadores da Verizon para ganhar a luta e então exigir os mesmos salários, benefícios e condições de trabalho de seus próprios patrões.

A Verizon está enviando gerentes ao campo para fazer concertos e instalar telefones e serviços de TV a cabo. Outros trabalhadores das comunicações podem ajudar organizando piquetes móveis para deter essas pessoas de fazer este serviço. De novo, a propagação da luta pode ser um ponto decisivo na vitoria desta batalha.

Finalmente, os dois sindicatos devem pedir aos sindicatos dos setores públicos ajuda para aumentar seus piquetes e comícios. Na verdade, o CWA de Nova Jersey é essencialmente constituído por trabalhadores do setor público. Piquetes em massa e grandes comícios aumentaria a confiança dos trabalhadores nesta batalha.

Os trabalhadores da Verizon têm fortes aliados entre seus irmãos e irmãs do setor público que também estão sob ataque. Grandes empresários e políticos demandam: “Por que os servidores públicos têm pensões enquanto os trabalhadores do setor privado não têm mais isso?” É de seu total interesse que os trabalhadores do sindicato do setor públicos apóiem esta batalha e garantam a vitória.

Os mesmos partidos políticos que atacam os servidores públicos e fazem cortes em programas sociais têm aprovado muitas leis anti-operárias, assim como a Taft-Hartley, que torna ilegal os trabalhadores usarem táticas que lhes permitam ganhar greves chamando greves de solidariedade. Historicamente os sindicatos têm sido vitoriosos quando eles mobilizam seus membros e fazerem o que é necessário para ganharem as mais importantes das batalhas independentemente das leis e dos tribunais. A história do movimento dos trabalhadores da America está cheia de exemplos de lutas para superar os obstáculos postos pelos dois partidos das grandes empresas, os Republicanos e os Democratas.

A única maneira de repelir estas leis se dará quando os trabalhadores criarem seu próprio partido de massas e enfrentarem os dois partidos que são posse e controlados pelos patrões. Um partido dos trabalhadores poderá desempenhar um papel importantíssimo em futuras lutas.

Por favor, para mais informações entre em contato conosco e envolva-se nas lutas!”

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