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9 de julho de 2008

CARTA ABERTA

Nos dirigimos aos jovens militantes da Corrente O Trabalho do PT e aos jovens que militam ou que se referenciam na chamada JR-IRJ.

Companheiros(as)!

O Sr. Alexandre Linares se dirigiu à camarada Mhel (uma militante recém-integrada em nossas fileiras) através de um e-mail onde ele coloca que nós, da Esquerda Marxista, não queremos “lutar pela soberania das nações contra o imperialismo” e que somos contra a “autonomia da juventude”.

Outro militante de OT, Matheus de Campinas, abordou nosso camarada Prata, com um e-mail onde insinua que nós, da Esquerda Marxista, por explicarmos a verdade sobre os maciços investimentos externos que o Brasil tem recebido, apoiamos a política do Governo Lula. Mas isso não é verdade. Nós explicamos a verdade sobre os empregos e a economia no Brasil, e explicamos que a política do Governo Lula só favorece os capitalistas. O que nos parece é que para a direção de OT, alguns dados devem ser escondidos para continuar sendo “válida” a luta pela revolução, pois se eles admitem que há abertura de postos de trabalho no Brasil isso já seria motivo para passarem a apoiar o Governo Lula. Todos podem ler nossa análise sobre a situação do Brasil no link a seguir de nosso site e tirar suas próprias conclusões: http://www.marxismo.org.br/index.php?pg=artigos_detalhar&artigo=146

Nossa atividade revolucionária independente exige muita dedicação, esforço, sacrifício e tempo. E já sofremos muitos ataques da burguesia. Estamos fartos das falsificações, distorções e ataques de Alexandre Linares e seus asseclas. Gostaríamos de usar nosso tempo para atividades mais produtivas. Mas nos vemos, mais uma vez, obrigados a dar uma resposta.

Como vocês devem saber, nós fomos expulsos da Corrente O Trabalho do PT em Abril de 2006. Logo depois que nós havíamos conquistado a maioria da direção da organização no Brasil e éramos a maioria dos militantes, a fração minoritária (que perdeu a maioria da direção) organizada por Sokol, Julio Turra e Daniel Gluckstein (SI-França) nos expulsou de maneira autoritária, rasgando os estatutos da corrente e destruindo a democracia operária que havíamos construído juntos ao longo dos anos.

Expulsos, nós então nos tornamos O Trabalho (Maioria) e, depois de 1 ano, nos tornamos a Esquerda Marxista. Em nosso site (http://www.marxismo.org.br/) vocês podem encontrar textos que relatam o acontecido e tratam de responder às acusações caluniosas de que se utilizaram para “justificar” nossa expulsão.

Dentre elas está a acusação de que não combatemos pela “Soberania Nacional”. Alexandre Linares faz uso dessa calúnia novamente. Combatemos sim, em defesa da soberania nacional de todos os países atrasados contra os ataques do imperialismo e contra as políticas que buscam submeter mais e mais a produção destes países aos interesses das multinacionais e toda sorte de exploradores. Mas, ao contrário da Corrente O Trabalho, ligamos sempre essa luta pela soberania nacional com a luta pelo socialismo, pela tomada do poder. Não defendemos a soberania nacional para concluir que é preciso defender a democracia burguesa e ponto. Por isso a JR-IRJ é a Juventude Revolução que não fala mais de revolução, só fala em defesa da soberania e da democracia!

E, ao contrário do PT francês de Daniel Gluckstein, não defendemos a soberania nacional de países imperialistas, como a França (vide campanha de Schivardi, nacionalista burguês que teve a candidatura impulsionada pelos lambertistas, ostentando a bandeira da França!). Isso é o oposto do Programa de Transição da 4ª Internacional que eles proclamam ter reconstruído!

Numa disputa entre imperialismos, os revolucionários não tomam lado a favor de um imperialismo contra o outro, mas sim se mantém do lado dos trabalhadores e jovens de ambos países!

Sobre a questão da autonomia da juventude

A JR-IRJ de Alexandre Linares, engana os jovens. Pois diz ser uma organização autônoma e independente quando na verdade é a Corrente OT que determina tudo por antecedência e os militantes da JR-IRJ que não são militantes de OT não têm e jamais terão voz. Nunca poderão discutir em pé de igualdade qualquer divergência dentro da JR, pois é tudo controlado por OT.

O problema não está em ser ligada organicamente à OT, mas sim em esconder isso dos jovens. Compreendemos que uma organização de juventude deve sim se relacionar organicamente com uma organização revolucionária operária não-jovem. Isso não traz problema algum à organização de juventude, pelo contrário. Mas desde que os jovens tenham direito de discutir livremente e participar das decisões. Isso é que é verdadeira autonomia da juventude! Não se pode enganar os jovens, os convidando para militar numa “organização independente de todos” quando na verdade é uma corrente petista que a controla.

Por isso hoje nós estamos propondo a fusão da Esquerda Marxista com a Juventude Revolução. Mas não com a JR-IRJ, é claro. Aliás, vocês sabem que existe a JR e a JR-IRJ, né? E que as duas são diferentes, certo?

JR = Juventude Revolução, fundada em 1989 – está discutindo a fusão com a Esquerda Marxista. Confira no site (http://www.revolucao.org/).

JR-IRJ = Juventude Revolução da Internacional Revolucionária da Juventude, criada em 2006 – se diz independente e autônoma, mas é controlada por OT de Alexandre Linares. E a IRJ nada mais é do que uma ficção impulsionada internacionalmente por militantes não-jovens, sindicalistas, ligados à autoproclamada 4ª Internacional reconstruída (lambertistas). Observação: A IRJ teve um primeiro encontro em 2000, em São Paulo, mas não chegou a ser constiuída e nunca existiu internacionalmente, a não ser por intermédio dos militantes da “4ª Internacional lambertista”.

Explicamos: Em Abril de 2006 quando a fração Sokol/Turra/Gluckstein expulsou a maioria dos militantes da então Corrente O Trabalho, Alexandre Linares – membro da fração de Sokol – organizou um racha na então Juventude Revolução. Apesar de só conseguir apoio de mais um membro do então Comitê Nacional da JR e ficar em minoria absoluta, Alexandre Linares declara que aquele Comitê eleito no 8º Encontro Nacional da JR não era mais legítimo e convoca, em seu nome, um novo ENJR. Imediatamente, a IRJ (na verdade, Daniel Gluckstein, dirigente político francês com mais de 50 anos de idade) reconhece que a JR de Alexandre é a JR legítima e então está criada a JR-IRJ. Um ato de “pirataria”, “Golpe de Estado”!

Mas a JR autêntica, apesar do não-reconhecimento de OT, da IRJ e do Sr. Alexandre Linares, segue firme e forte. Em Abril e Maio de 2006 propõe a reunificação, argumentando que a JR era autônoma em relação a OT e que, portanto, o “racha” de OT não podia impor um racha similar na JR. Mas, confirmando o total controle de OT sobre a JR-IRJ, Alexandre Linares é intransigente e mantém a separação.

Para saber mais sobre o episódio do racha da JR de 2006, leia artigo no site da JR autêntica:
http://www.revolucao.org/noticias/000139.html

Para saber mais sobre a proposta de fusão da Esquerda Marxista com a JR autêntica, leia no link:
http://www.revolucao.org/noticias/000230.html
(esse é um bom texto dos companheiros da JR que esclarece a questão da verdadeira autonomia).


O Congresso da Juventude do PT

Alexandre Linares escreve no e-mail à camarada Mhel que no Congresso da JPT os delegados da Esquerda Marxista foram contra a autonomia da JPT. Mas isso não é verdade. Tanto é que a resolução sobre a “Autonomia da JPT” foi aprovada por unanimidade, inclusive com apoio dos delegados da Esquerda Marxista que estavam representando a Tese da JR.

O que ocorreu foi que em uma outra votação, Alexandre Linares fez a proposta de que a JPT não deveria receber nenhum dinheiro do PT. Como já dissemos em outros textos, a juventude deve se sustentar de maneira independente da burguesia, mas não dos trabalhadores. E quando estamos falando da própria “Juventude do PT” seria bizarro se esta não pudesse ser financiada pelo PT.

Outra discussão é de onde vêm os recursos do PT hoje. Sabemos que o PT, suas campanhas, etc., há alguns anos, são financiados por bancos e grandes empresas. E isso está diretamente relacionado com as alianças do Governo Lula com a burguesia. Por isso, a verdadeira batalha é pela independência do PT em relação à burguesia e não “pela autonomia da JPT em relação ao PT”! Isso é loucura!

Mas o que Alexandre Linares não explica e não publica é que recusou entrar na “Chapa Socialista” formada por várias teses e inclusive agrupamentos independentes dentro do Congresso da JPT que tinha como base a defesa do socialismo e a oposição a alianças do Governo Lula com a burguesia – essa chapa impôs por maioria dos votos no Congresso da JPT pelo “Fora Meireles” e “Fora Helio Costa”.

A delegação da Esquerda Marxista no Congresso da JPT propôs a Alexandre Linares que este também compusesse a “Chapa Socialista” com o acordo político de se posicionar pela “Ruptura das alianças do Governo Lula com os partidos burgueses”, mas Alexandre recusou isso, dizendo que essa questão não era importante para OT e fechou chapa com a Articulação (Construindo um Novo Brasil) em troca de cargos na direção nacional da JPT.

Alexandre argumenta que o acordo com a Articulação se deu porque a Articulação era a única que se posicionava pela “Autonomia da JPT”. Mas isso é falso. A resolução de autonomia da JPT, redigida pelo próprio Alexandre Linares, foi aprovada por unanimidade, com acordo de todas as teses.

E como se isso ainda não bastasse, a Articulação defendeu abertamente no Congresso da JPT pontos como “Apoio à ocupação do Haiti”; “Apoio ao acordo Lula-Bush do Etanol”; “Apoio às alianças do Governo Lula com a burguesia, inclusive defendendo manutenção de Meireles e Helio Costa no Governo”; “Defesa dos tratados de livre comércio, como o Mercosul”; “Defesa do Capitalismo”. E qualquer jovem petista presente no Congresso da JPT pôde facilmente se questionar: “Se a Articulação defende todos os pontos contrários aos que os delegados de O Trabalho dizem defender, mas tem acordo apenas em relação à questão da “Autonomia”, por que os delegados de O Trabalho querem fechar chapa e apoiar a candidata da Articulação? Afinal querem que a JPT tenha autonomia para que os jovens da Articulação apliquem toda a política pró-burguesa, contra a juventude, em nome da JPT? Querem que a JPT seja autônoma para defender as alianças de Lula com a burguesia e os acordos de Lula com Bush?”

No Congresso da JPT, a contradição era evidente. Ficou muito claro que o único acordo costurado por Alexandre era pelos cargos. Aliás é o mesmo que Julio Turra tem feito na CUT. E o mesmo que os sindicalistas de OT têm feito em várias eleições sindicais. Isso levou a Corrente O Trabalho a ser motivo de piada no movimento estudantil e sindical. Para nós, da Esquerda Marxista, essas piadas não têm graça. Essa degeneração dos dirigentes da Corrente O Trabalho nos enche de tristeza, pois tivemos uma história juntos. Mas não desanimamos com isso. Seguimos em frente com firmeza e total confiança na classe trabalhadora e no futuro comunista da humanidade. Por isso impulsionamos a luta no Movimento das Fábricas Ocupadas contra as cooperativas, cogestão, em defesa da estatização sob controle operário e acabamos de ajudar a organizar o Tribunal Popular para julgar a intervenção federal na Cipla e Interfibra, que condenou o Governo Lula. Por isso impulsionamos a campanha “Tirem as Mãos da Venezuela” em defesa da revolução do povo trabalhador venezuelano. Por isso estamos propondo a fusão com a JR e com o MNS (Movimento Negro Socialista). Por isso seguimos exigindo de Lula, do PT e de todos que têm o reconhecimento da classe trabalhadora, que rompam com a burguesia.

Chamamos você, que entrou em contato com a JR-IRJ e/ou com a Corrente O Trabalho recentemente, a parar de perder tempo e vir lutar junto conosco, não pela “democracia”, mas pelo socialismo! Pela revolução!

Entre em contato! Junte-se a nós!

Comissão Executiva da Esquerda Marxista
contato@marxismo.org.br
(11)3101-8810

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