Enquanto a
burguesia e seus vendidos dirigentes sindicais no interior do movimento
operário comemoram a intervenção armada na Cipla-Interfibra, o Movimento segue
vivo na memória dos que fizeram sua história e os trabalhadores da Flaskô
resistem. Leiam a integra deste artigo aqui
Há exatos cinco anos o governo federal sujava
suas mãos ao invadir as fábricas Cipla e Interfibra, em Joinville/SC, acabando
com o controle operário e impondo o terror da burguesia contra a classe
trabalhadora. 150 policiais federais armados invadem a fábrica para garantir o
“reestabelecimento da ordem”, o “respeito ao Estado Democrático de Direito”,
antes que a experiência do Movimento das Fábricas Ocupadas avançasse ainda
mais, pois, como diz a sentença do Juiz que decretou a falência, “imagina se a
moda pega?”.
Recomendo a todos para que leiam os diversos
textos que estão em nossa seção “fábricas”. Veremos muitos artigos que mostram
o significado da luta do Movimento das Fábricas Ocupadas. Somente assim teremos
uma breve noção da importância da perspectiva de luta da estatização sob o controle
operário para construção do socialismo. É a partir dessa compreensão que
podemos entender a necessidade de um golpe tão violento da burguesia há exatos
cinco anos.
Há cinco anos escrevemos aqui:
“Polícia Federal invade a Cipla
Na
manhã de 31 de Maio de 2007, os trabalhadores da Cipla foram surpreendidos
por 150 homens da Polícia Federal, fortemente armados, que invadiram a
fábrica para prender os membros da comissão eleita pelos trabalhadores.
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Em
Outubro de 2002, sem receber salários e direitos, os trabalhadores da Cipla
(empresa do ramo plástico de Joinville – SC) deflagraram uma greve e depois
ocuparam a empresa. Desde então a empresa vem produzindo sob controle dos
trabalhadores. Mas as dificuldades são muitas, pois os antigos patrões
deixaram dívidas monstruosas. Como boa parte destas dívidas é com o Governo
Federal, os trabalhadores se dirigiram ao Governo Lula exigindo a estatização
da empresa como única forma de salvar seus postos de trabalho. Quando Lula
recebeu os trabalhadores, formou uma comissão técnica chefiada pelo BNDES que
concluiu que a única saída é a estatização. Mas enquanto o Governo não toma
uma atitude, os trabalhadores não param de lutar e continuam produzindo.
Nestes quase 5 anos de luta os trabalhadores conseguiram aumentar o
faturamento da empresa, reajustar os próprios salários, efetivar os
estagiários, reduzir a jornada de trabalho para 30 horas semanais, entre
outras melhorias!
Depois da Cipla, por todo o país, trabalhadores de várias empresas – como Interfibra, Flaskô, Flakepet, Ellen Metal, Botões Diamantina, Fibracôco, JB Costa, Cozinhas Oli, Deslor, Calfort, etc. – decidiram partir pra ocupação e lutar pela estatização sob controle operário. A classe trabalhadora brasileira já cansou de ser explorada pela burguesia! Quando os trabalhadores se colocam em luta, os detentores do poder fazem de tudo para esmagá-los. Desde 2002 os trabalhadores das fábricas ocupadas enfrentam ameaças de reintegração de posse, corte de energia, leilões e retirada de máquinas, etc. Os empresários de todo o país vêem as vitórias e avanços conquistados pelos trabalhadores da Cipla e das outras fábricas ocupadas como uma ameaça à propriedade de suas empresas! Os patrões de todo o Brasil têm medo que os trabalhadores de suas empresas, seguindo o exemplo da Cipla, não permitam continuar sendo explorados! Na manhã deste 31 de Maio de 2007, os trabalhadores da Cipla foram surpreendidos por 150 homens da Polícia Federal, fortemente armados, que invadiram a fábrica para prender os membros da comissão eleita pelos trabalhadores. O juiz federal substituto concedeu a ordem judicial por pedido do INSS! (...)” |
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