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16 de janeiro de 2012

O governo cortará 60 bi no Orçamento para 2012?

Wanderci Bueno


Ontem ( dia 15, domingo) o Estadão divulgou uma nota anunciando uma futura modificação em altos escalões do governo e também que o governo fará cortes no Orçamento da União. Fala-se em cortar 60 bilhões.
Três frases na nota referida nota chamaram a atenção. Cito-as abaixo:



“Às vésperas de promover uma reforma no primeiro escalão, a presidente Dilma Rousseff fará três dias consecutivos de reuniões setoriais com grupos de ministros, nesta semana, para discutir os cortes de despesas no Orçamento e os projetos prioritários para 2012.
   Que Dilma estaria " Empenhada em fazer o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) andar e em pôr de pé os programas sociais, mesmo com a tesourada no Orçamento - que será anunciada em fevereiro (...)".
      E que: "O Ministério da Fazenda acredita que será necessário um corte drástico nos gastos, na casa de R$ 60 bilhões, para cumprir a meta cheia de superávit primário, de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Dilma, porém, cobra novos cálculos e tenta fazer um ajuste menor, porque quer preservar os investimentos neste ano de eleições”.
Pelo visto o governo prepara novamente novas maldades em seu caldeirão de bruxarias.  Diante dos choques provocados pela crise mundial que prossegue e não se sabe onde e quando vai parar, os cortes nos direitos têm sido a tônica. O imperialismo segue exigindo que sejam esmagadas as conquistas dos trabalhadores. E isso vale para todo o mundo.
A reunião ministerial convocada por Dilma adotará medidas que devem apertar a classe trabalhadora e os serviços públicos. Certamente os cortes não serão efetuados naquilo que se destina a pagar os custos do endividamento com os financiamentos aos capitalistas e os serviços das dívidas externa e interna. Não atacarão a burguesia e o imperialismo. Saúde, educação e previdência social devem estar na linha de mira do governo. Ano passado o governo já pediu para os empresários não darem reajustes salariais acima de inflação. Agora com o PIB em queda e alta da inflação, as medidas devem ir além de pedidos.
Se o governo vai demitir alguns ministros da burguesia não sabemos.Talvez ocorra uma operação cortina de fumaça para antecipadamente buscar acalmar a base partidária do PT e dar certo ar de depuração, com tintura e matiz de esquerda, camuflando o ataque. Mas certamente, os novos ministros que eventualmente subam, mesmo que forem do PT, continuarão a aplicar o receituário ditado pelas exigências do imperialismo. 
Talvez entrem novos representantes dos partidos da burguesia. Grécia e Itália elevaram ao poder ministros “técnicos” diretamente ligados à burguesia, esvaziando o poder dos governos e parlamentos. Lá a democracia burguesa ameaça virar fumaça. Aqui, faz tempo que os governos governam por meio das Medidas Provisórias. 
A crise ameaça chegar e bater forte aqui, daí a preocupação no governo com as eleições. Há certo incomodo de que os cortes, se afetarem imediatamente e frontalmente conquistas que atinjam de modo duro a maioria da população, isso possa influir negativamente nos votos que os candidatos do PT poderiam ter nas eleições de outubro. Mas, no fundo o governo não    vacilará em dar passos com medidas duras, mesmo que quebre o partido e coloque a perspectiva de derrota eleitoral em 2012. 
No mundo todo, os reformistas aplicaram os piores remédios, e mesmo perdendo as eleições, cumpriram com eficiência o aperto exigido para tentar salvar os capitalistas. Não titubearam em atacar as conquistas dos trabalhadores. Isso se deu na Grécia, na Espanha e Itália. Vamos ver como agem os reformistas verdes e amarelos.
Ventos frios sopram do capitalismo na Europa e EUA, mas por detrás deles, ventos quentes dos movimentos e das lutas operárias formam nuvens carregadas de eletricidade sob as cabeças dos capitalistas.

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