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10 de fevereiro de 2012

Grécia: greve de 48 horas ou a luta por um governo socialista dos trabalhadores?

Na verdade, a única saída, a única forma de lutar para vencer na Grécia é a Greve Geral até a derrota do governo e suas medidas ditadas pela Troika e o estabelecimento de um governo dos trabalhadores que rompa com a União Européia e com o capitalismo

Serge Goulart

Começou mais uma das inócuas greves gerais de 48 horas na Grécia depois de dois anos de luta e quase duas dúzias de greves gerais. O povo trabalhador da Grécia já mostrou forças magníficas e uma heroica disposição de luta. Mas, seus dirigentes sindicais e políticos mostram mais uma vez que não estão a altura das tarefas e nem do momento que vive o país. O fundo da questão é que tem um enorme medo das consequências de uma luta real e verdadeira para derrotar os pacotes da Troika aplicados pelos sucessivos governos (PASOK e depois PASOK, Nova Democracia e LAOS, nomeado pela Troika). Os dirigentes sindicais e políticos gregos não podem empreender esta luta para realmente vencer porque sabem que a única forma é a ruptura com o capital. Tremem de medo, como serviçais que são dos capitalistas. Triste papel o dos dirigentes reformistas.

Por outro lado o PC grego está vivendo um surto de ultra-esquerdismo que só tem paralelo no ultra-esquerdismo do PC alemão em 1931-33 quando chamava a Social-Democracia de irmã gêmea do fascismo e fazia plebiscito junto com o partido nazista para derrubar o governo socialdemocrata. O que conseguiu foi a ascensão de Hitler ao poder e o esmagamento dos comunistas e socialdemocratas depois de ter dividido e levado a um beco sem saída a classe trabalhadora alemã.

Apesar do ultra-esquerdismo o PC grego hoje é o principal partido operário grego por se opor aos pacotes exigidos pela Troika. Mas, como saída, apesar de gritos pelo socialismo, só aponta a realização de novas eleições.

Na verdade, a única saída, a única forma de lutar para vencer na Grécia é a Greve Geral até a derrota do governo e suas medidas ditadas pela Troika e o estabelecimento de um governo dos trabalhadores que rompa com a União Européia e com o capitalismo. A única consequência da continuidade da Grécia capitalista e da política dos dirigentes reformistas é a continuidade do sofrimento e finalmente o cansaço e desânimo das massas.


O quadro acima dá uma ideia da atual da Grécia e as “falsas” expectativas anunciadas pelo FMI e pela OCDE. Mas, o mais provável é que a situação vá piorar.  Afinal, as medidas ditadas pela Troika e adotadas pelo governo nomeado falam por si mesmas e se sabe que austeridade causa austeridade aprofundada como receita para países com problemas. Foi o que fez o FMI nos anos 80 em toda a América Latina e África. Agora querem reduzir a Grécia a um país do dito “terceiro mundo”.
  
Uma primeira parte das medidas já foi anunciada. Mas o saco de maldades ainda é secreto: Redução de 20% no salário mínimo, de 751 euros antes dos impostos; corte de 20% nas aposentadorias acima de mil euros; demissão de 15 mil servidores públicos submetidos ao regime temporário de trabalho; cortes salariais em estatais; privatização de empresas públicas; fim de empregos vitalícios e transmitidos por herança (caminhoneiros, taxistas, notários, tabeliães, etc.). E é só o começo.

O povo grego vai ter que abrir caminho a força para desbordar os seus atuais líderes e vencer a situação. E a situação política internacional ajuda neste sentido. Afinal, quem imaginava, meses atrás, no surgimento de Soviets na Síria?

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