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3 de fevereiro de 2012

Militares da Bahia em greve. Empresários de Salvador em pânico


Wanderci Bueno




A greve da Polícia Militar na Bahia está provocando pânico. Gente com medo de arrastões, shopping fechando as portas e universidades suspendendo as aulas pela noite. O shopping Iguatemi, o mais movimentado da capital, estava fechado às 20h de ontem - duas horas antes do horário normal (segundo a Folha de SP).

Postos de gasolina também encerraram suas atividades mais cedo. Os turistas dos grandes centros hoteleiros ficaram sem irem até a orla de Salvador com medo de assaltos. Os funcionários dos hotéis, que atendem os turistas foram mandados mais cedo para casa.


Estes episódios demonstram de maneira lapidar o papel que cumpre o aparato repressivo: defender os negócios do capital. A greve da polícia comprova que Lênin tinha toda razão ao afirmar que o Estado é o braço armado dos negócios do capital. Com a polícia em greve o governo enviou para Salvador as tropas da Força Nacional de Segurança.

Mas por que os policiais entraram em greve?
Os baixos salários são uma constante nas corporações militares. A falta de segurança, as humilhações que a soldadesca passa diante dos oficiais de alto escalão, são todos fatores que contribuem para o aumento do descontentamento.

No caso de Salvador, no segundo dia de greve nem Iemanjá segurou a combatividade dos soldados, que apesar da decisão de decreto de ilegalidade da greve determinado pela Justiça, continuaram a luta, levando o governo a enviar para Salvador tropas da Força de Segurança Nacional. E sabem quanto ganha um soldado na Bahia? Salário: R$ 580,00. O que querem eles? Querem que as gratificações sejam incorporadas em seus salários. Isso elevaria o piso para R$ 1.000,00. Isso é muito?

Parece que o governador da Bahia, Jaques Vagner (PT), não está muito animado para resolver a situação dos soldados, ao contrário, pediu ajuda para Dilma que enviou as tropas da Força de Segurança Nacional.

Do jeito que as coisas caminham, mesmo que a greve agora recue, não podemos descartar novas e mais vigorosas greves dos soldados que arriscam suas vidas para defender os interesses dos exploradores e opressores contra seus amigos e irmãos trabalhadores. A greve de Salvador não é a primeira nem será a última.

Apoiamos as lutas dos soldados, ela é justa, mas não podemos deixar de lhes dizer: quando forem chamados a reprimir os movimentos e as greves dos trabalhadores, se recusem a fazer isso, eles são seus irmãos de luta.

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