Wanderci
Bueno
A
greve da Polícia Militar na Bahia está provocando pânico. Gente com medo de
arrastões, shopping fechando as portas e universidades suspendendo as aulas
pela noite. O shopping Iguatemi, o mais movimentado da capital, estava fechado
às 20h de ontem - duas horas antes do horário normal (segundo a Folha de SP).
Postos
de gasolina também encerraram suas atividades mais cedo. Os turistas dos
grandes centros hoteleiros ficaram sem irem até a orla de Salvador com medo de
assaltos. Os funcionários dos hotéis, que atendem os turistas foram mandados
mais cedo para casa.
Estes
episódios demonstram de maneira lapidar o papel que cumpre o aparato
repressivo: defender os negócios do capital. A greve da polícia comprova que
Lênin tinha toda razão ao afirmar que o Estado é o braço armado dos negócios do
capital. Com a polícia em greve o governo enviou para Salvador as tropas da
Força Nacional de Segurança.
Mas
por que os policiais entraram em greve?
Os
baixos salários são uma constante nas corporações militares. A falta de
segurança, as humilhações que a soldadesca passa diante dos oficiais de alto
escalão, são todos fatores que contribuem para o aumento do descontentamento.
No
caso de Salvador, no segundo dia de greve nem Iemanjá segurou a combatividade
dos soldados, que apesar da decisão de decreto de ilegalidade da greve
determinado pela Justiça, continuaram a luta, levando o governo a enviar para
Salvador tropas da Força de Segurança Nacional. E sabem quanto ganha um soldado
na Bahia? Salário: R$ 580,00. O que querem eles? Querem que as gratificações
sejam incorporadas em seus salários. Isso elevaria o piso para R$ 1.000,00.
Isso é muito?
Parece
que o governador da Bahia, Jaques Vagner (PT), não está muito animado para resolver a situação
dos soldados, ao contrário, pediu ajuda para Dilma que enviou as tropas da Força de
Segurança Nacional.
Do
jeito que as coisas caminham, mesmo que a greve agora recue, não podemos
descartar novas e mais vigorosas greves dos soldados que arriscam suas vidas
para defender os interesses dos exploradores e opressores contra seus amigos e
irmãos trabalhadores. A greve de Salvador não é a primeira nem será a última.
Apoiamos
as lutas dos soldados, ela é justa, mas não podemos deixar de lhes dizer:
quando forem chamados a reprimir os movimentos e as greves dos trabalhadores,
se recusem a fazer isso, eles são seus irmãos de luta.
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