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26 de outubro de 2011

ATO E DEBATE COMEMORATIVO: 94 ANOS DA REVOLUÇÃO RUSSA

Dia 07 de novembro, Ato e Debate Comemorativo alusivo aos 94 anos da Grande revolução Russa de 1917, com Serge Goulart dirigente da Esquerda Marxista e membro da direção nacional do PT.
Local: Rua Tabatinguera 318. Sé. Centro de São Paulo


Leia abaixo um texto escrito no ano passado que ilustra bem o combate dos bolcheviques durante a revolução.

Rússia - Novembro de 1917: Pão, Terra e Paz!

Os dias extraordinários do governo bolchevique, que cumpria o prometido

94 anos atrás, o partido bolchevique chegava ao poder na Rússia, depois do Czar e da burguesia terem arrastado o país para uma guerra imperialista (1ª Guerra Mundial). Hoje, alguns historiadores insistem na tese de que se tratou de um simples golpe de Estado. Uma versão que procura encobrir com a peneira do cinismo as dimensões solares da Revolução de Outubro. O governo dos bolcheviques só se tornou possível com o apoio dos Soviets dos operários e soldados. Os Soviets (assembleias) eram uma forma de organização popular espontânea que foi ganhando importância conforme as instituições do Estado Czarista se debilitavam. Aliás, o partido bolchevique foi minoria nessas assembleias por muito tempo. Quem acredita em um golpe de mão, não consegue perceber a intensa sinergia que havia entre o partido e as massas organizadas pelos Soviets, e que deu origem ao primeiro Estado Socialista da história.

“Uma paz imediata, sem anexações e sem indenizações”

Os bolcheviques assumiram o poder com o slogan “Pão, Terra e Paz”. Já no dia seguinte, Lenin ia discutir o decreto de paz com os delegados do II Congresso Pan-Russo dos Soviets. Os bolcheviques cumpriam assim a promessa de tirar o povo russo da guerra. O que contrastava com o presidente Wilson, que foi eleito para o governo dos EUA em 1916 com o slogan “Nada de Guerra”. Seis meses depois, o país entrava no conflito mundial, onde mais de 100 mil soldados americanos perderiam suas vidas para defender os interesses da burguesia estadunidense.

“A propriedade fundiária das terras está abolida, sem indenização”

O programa original do partido bolchevique, mais amplo, era o de nacionalização do solo. Mas Lenin defendeu um decreto que abolia a propriedade fundiária que atingiu apenas os senhores feudais e os grandes capitalistas. Esse decreto não pôs fim à propriedade privada da terra. Com isso, a República dos Soviets procurava ganhar o importante apoio da totalidade dos agricultores (produtores diretos) pobres ou ricos. Lenin explicava isso do seguinte modo: “como governo democrático, não podemos deixar de considerar a vontade das massas populares, mesmo se estivermos em desacordo com elas. A vida mostrará quem tem razão”.

“O Pão”

Apesar do apoio dos Soviets, os bolcheviques não podiam contar com as desmanteladas instituições do estado czarista. A força do governo bolchevique, nesses primeiros dias, estava baseada na sua autoridade revolucionária, e não em um pretenso domínio dos “aparelhos de Estado”. O papel do partido era o de despertar e estimular a classe trabalhadora a tomar as medidas necessárias. E não foram raras as vezes em que o governo se viu a reboque, apenas sancionando as iniciativas de setores populares mais avançados.

Um decreto autoriza as municipalidades a resolverem por seus próprios meios os problemas de abastecimento e de moradia. No dia 14 de novembro, o governo lança um decreto que estimula os operários a formarem comitês para controlar a situação financeira das empresas em que trabalhavam, com a abertura dos livros contábeis. O objetivo da medida era fazer a classe trabalhadora, mediante o exercício do controle, aprender a dirigir as atividades industriais. Decretos expropriando grandes empresas só vão aparecer meses depois. Mas, para combater a sabotagem patronal, várias indústrias foram expropriadas bem antes e colocadas sob controle operário por iniciativa dos próprios trabalhadores.

O senso histórico dos bolcheviques e o protagonismo das massas anunciaram, na Rússia, a possibilidade de um futuro diferente para a humanidade. Por um tempo, um governo operário e democrático soube cumprir o que prometeu. Esses foram dias que abalaram o mundo. Em meio à atual crise do capitalismo, que venham outros.

BOX:

O primeiro subsídio

O mujique (camponês) ia-me contando tudo. Nos tempos do Czar, em vésperas de Fevereiro, tinham-lhe requisitado o cavalo para as necessidades da guerra. Prometeram-lhe pagá-lo a preço razoável. Mas foi passando o tempo e não recebeu qualquer aviso de pagamento (….). E foi naquele momento que soube haver uns homens, chamados bolcheviques, que devolviam aos operários e aos camponeses tudo o que os Czares e os latifundiários lhes tinham tirado (...). Para isso, só precisava receber um papelzinho do bolchevique principal, de Lenin (…). A primeira saída da Caixa de Assistência Social foi o pagamento do cavalo que o governo czarista tirara, pelo engano e pela força, daquele camponês, ao mujique baixinho, que com tanta tenacidade tinha conseguido receber por completo, com o papel assinado por V. I. Lenin, a soma que lhe cabia”.

Alexandra Kollontai. Trecho do livro “Relatos da Revolução de Outubro”.

"O primeiro subsídio"

O mujique (camponês) ia-me contando tudo. Nos tempos do Czar, em vésperas de Fevereiro, tinham-lhe requisitado o cavalo para as necessidades da guerra. Prometeram-lhe pagá-lo a preço razoável. Mas foi passando o tempo e não recebeu qualquer aviso de pagamento (….). E foi naquele momento que soube haver uns homens, chamados bolcheviques, que devolviam aos operários e aos camponeses tudo o que os Czares e os latifundiários lhes tinham tirado (...). Para isso, só precisava receber um papelzinho do bolchevique principal, de Lenin (…). A primeira saída da Caixa de Assistência Social foi o pagamento do cavalo que o governo czarista tirara, pelo engano e pela força, daquele camponês, ao mujique baixinho, que com tanta tenacidade tinha conseguido receber por completo, com o papel assinado por V. I. Lenin, a soma que lhe cabia”.

Alexandra Kollontai. Trecho do livro “Relatos da Revolução de Outubro”.

Um comentário:

  1. O estado de São Paulo é o berço do Partido dos Trabalhadores. É o local onde nasceu a CUT e o PT. É a região que produz mais de um terço de todo o PIB Nacional. São Paulo é o berço da classe operária brasileira que já em 1917 teve a consciência e força de realizar uma greve geral. Portanto, é o lugar apropriado para os socialistas se reunirem, debaterem e homenagem e comemoração dos 94 anos da Revolução Russa.

    Flávio Almeida Reis
    Juventude Marxista do RJ

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