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3 de agosto de 2011

Trabalhadores da cultura encerram ocupação da FUNARTE e fazem passeta

Majó Sesan


Na caminhada realizada mostramos para toda a população que nossa luta é uma luta de todos, para todos, lutamos por garantias de uma vida digna onde todos tenham direitos de fato, não só à educação e saúde, mas também direito à cultura. Prosseguiremos em nossa luta, buscando a unificação e a contrução de um movimento em nível nacional. Saímos fortalecidos.


Depois de uma semana ocupando o espaço da Funarte, o Movimento dos Trabalhadores da Cultura (MTC) decidiu abrir os portões no dia 1º de agosto e sair em marcha protestando até o prédio do Itaú Cultural, na Avenida Paulista, para repudiar esse espaço que é a expressão da mercantilização das artes e da privatização da cultura.

Como começamos

Após vários encontros e assembleias, ficou decidido que no dia 25/07 faríamos um protesto em frente à Funarte, pelo descontingenciamento de dois terços da verba destinada à cultura, pela aprovação imediata das PECs 236 (que torna a cultura um direito social) e 150 (que destina 2% do Orçamento Geral da União para a cultura), pela implantação do Prêmio de Teatro Brasileiro e pela criação de um Prêmio para outros setores da cultura aos moldes do Prêmio Nacional de Teatro e pelo fim das leis de renúncia fiscal, como a Lei Rouanet. Logo em seguida decidimos ocupar aquele espaço dando continuidade às nossas ações.

Foi uma ocupação legítima e neste ainda mais representativa que a anterior - em 2009 também ocupamos a Funarte, mas contávamos praticamente com trabalhadores do cenário teatral - desta vez havia a união de trabalhadores das artes de vários setores, que entenderam ser essa uma luta de todos.

Todas as decisões de nossa luta foram tomadas em assembleias democráticas, os trabalhadores decidiam coletivamente o rumo das ações durante a ocupação. E foi em uma destas assembleias que ficou decidido que a luta não seria mais pela “migalha” antes oferecida e depois cortada pelo governo, mas sim, pela exigência de uma verba a ser inserida no orçamento público para um programa público de cultura, com investimento direto do Estado para a cultura, sem a necessidade do falso patrocínio, ou da chamada lei de renúncia fiscal (Lei Rouanet), onde a empresa usa dinheiro publico para sua autopromoção ao transferir dinheiro de seus impostos devidos ao Estado (dinheiro público) para produtos culturais privados que recebem suas marcas, tais como os institutos culturais com nomes de grandes bancos ou produtos audiovisuais com a marca de grandes empresas como o selo Multishow da Globo.

Em uma das assembleias – sempre eram feitas duas assembléias diárias para avaliarmos e decidirmos os próximos passos – também decidimos por encerrar a ocupação da FUNARTE e saímos em passeata (segunda-feira, 01/08) em direção ao prédio do Itaú Cultura que foi construído com verba pública sob administração privada. Observe-se que este banco só no ano de 2010 teve um lucro recorde de 13,3 bilhões de reais, seis vezes o orçamento total do Ministério da Cultura.

Muita combatividade e unidade

Na caminhada realizada mostramos para toda a população que nossa luta é uma luta de todos, para todos, que lutamos por garantias de uma vida digna onde todos tenham direitos de fato, não só à educação e saúde, mas também direito à cultura. Prosseguiremos em nossa luta, buscando a unificação e a contrução de um movimento em nível nacional. Saímos fortalecidos.

Que maravilha seria se os brasileiros tivessem um governo que garantisse essas reivindicações! Esse governo poderia existir, se Dilma, eleita pela maioria da classe trabalhadora para atender suas reivindicações, começasse a governar de fato para os trabalhadores, rompendo as alianças com os burgueses que estão incrustados em seu governo, aliando-se à CUT, ao MST, ao movimento sindical e popular. Aí sim nasceria a perspectiva de uma vida melhor para a maioria dos brasileiros.  Nasceria a perspectiva da construção de uma sociedade em que as artes e a cultura poderiam florescer livremente, em que a miséria e a exploração restringiriam-se aos livros de história, em que estaria aberta a etapa para a construção de uma nova era, a era do socialismo!

Um comentário:

  1. parabéns pela iniciativa, são atitudes como essa que contribui para alguma mudança. valeu!

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