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16 de dezembro de 2010

Polícia reprime grevistas que lutam contra austeridade na Grécia

Greve Geral e imensas manifestações paralisam mais uma vez a Grécia
A polícia de Atenas usou gás lacrimogêneo contra manifestantes que atiraram bombas artesanais em dois hoteis de luxo diante do Parlamento, nesta quarta-feira (15), aumentando a tensão dos protestos contra medidas de asteridade fiscal. Horas antes, o Parlamento aprovou reformas e cortes de gastos que foram estabelecidos como condições para o país receber um pacote de ajuda de 110 bilhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar a Grécia a combater sua dívida. Trabalhadores em greve já tinham paralisado voos e o transporte público e fecharam escolas.
Quando uma grande marcha contra austeridade com 20.000 pessoas chegou ao Parlamento, cerca de 200 manifestantes de esquerda atacaram o ex-ministro conservador Kostis Hatzidakis com paus e pedras, aos gritos de "Ladrões" e "Vergonha".

Uma testemunha disse à Reuters que o rosto do ex-ministro ficou coberto de sangue enquanto ele tentava se proteger em um prédio.

Com uma confortável maioria parlamentar, e com o futuro do pacote de ajuda em jogo, o governo socialista dificilmente vai voltar atrás das medidas de austeridade.

A Câmara dos Deputados transformou em lei medidas que cortam os salários de empresas estatais de ônibus e ferrovias.

Antes da escalada violenta dos protestos, Ilias Iliopoulos, secretário-geral do sindicato dos servidores civis ADEDY, disse à Reuters: "Precisamos enviar uma mensagem ao governo de que não vamos aceitar as medidas que nos levam apenas à pobreza e ao desemprego. Nós não vamos ceder, vamos prevalecer", acrescentou.

Navios ficaram parados nos portos, hospitais estavam trabalhando com número mínimo de funcionários e ministérios fechando por falta de funcionários.

Com o transporte público parado, as vias principais do centro de Atenas pareciam mais estacionamentos, dado o pesado tráfego e muitos motoristas tinham dificuldade em chegar ao trabalho. Os jornalistas também aderiram à greve e não havia transmissão por TV ou rádio.

"É bom as pessoas tomarem as ruas. Eles tiraram nossos direitos. Paciência tem limites; temos crianças e empréstimos para pagar", disse o funcionário de banco George Mihalopoulos, de 57 anos.

Fonte: Renee Maltezou e George Georgiopoulos (De Atenas/Reuters)

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