Reproduzimos abaixo matéria publicada no site do MST (http://www.mst.org.br/node/9034) sobre o ato convocado pelo vereador do PT Roque Ferreira, militante da Esquerda Marxista
Entidades e militantes sociais, de direitos humanos, sindicatos e parlamentares lotaram o auditório da Câmara Municipal de Bauru (SP) nesta quarta-feira (3/2), para um ato em defesa da Reforma Agrária. O encontro, proposto pelo vereador Roque Ferreira (PT), contou com a presença dos deputados estaduais Raul Marcelo (Psol) e Simão Pedro (PT), além do jurista Plínio de Arruda Sampaio e do membro da coordenação nacional do MST Gilmar Mauro.
O evento foi uma resposta à criminalização dos movimentos sociais. As intervenções convergiram em críticas ao modo como a Polícia Civil e a Secretaria de Segurança Pública conduziram as investigações da ocupação da Fazenda Santo Henrique, em Borebi, pertencente à União e grilada pela empresa Cutrale. Trabalhadores rurais ligados ao MST foram presos na manhã de terça-feira (26/1) pela Polícia Civil. (...)
Para Simão Pedro, as prisões dos militantes do MST fazem parte de uma ofensiva dos grupos que se opõem à Reforma Agrária.
“Tentam partidarizar a questão e desestabilizar o principal movimento que atua na luta pela terra”, disse.
Raul Marcelo fez críticas pesadas ao Governo do Estado, hoje sob o comando do PSDB. “Estamos diante de uma prisão política que serve aos interesses de José Serra. Infelizmente, no Brasil, a ‘letra fria da lei’ ainda serve, muitas vezes, a interesses escusos”, atacou.
Plínio, que é advogado da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra), contou que, recentemente, compareceu ao Senado Federal para uma audiência que tratou da ocupação da Fazenda Santo Henrique.
“Em certo ponto de minha explanação, um dos senadores me questionou: ‘Mas o que o senhor acha a respeito da destruição dos 3 mil pés de laranja?’ Respondi: ‘O sem-terra erraram. Deveriam ter derrubado umas 30 mil árvores, pelo menos. Aquela área nunca pertenceu à Cutrale. É terra pública’”, disse.
Para Roque, as prisões refletem a faceta autoritária do Estado. “Elas reforçam no senso comum a ideia de que lutar pelos próprios direitos é coisa de bandido”, disse.
(Com informações do Jornal da Cidade de Bauru)
4 de fevereiro de 2010
fonte: MST
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