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23 de junho de 2008

Acampamento Nacional pela Revolução


A Esquerda Marxista, que está em processo de fusão com a CMI (Corrente Marxista Internacional), propôs a fusão com a JR (Juventude Revolução) e com o MNS (Movimento Negro Socialista). Tanto com a JR como com o MNS a Esquerda Marxista já leva um combate lado a lado há muito tempo. Num contexto em que organizações de esquerda racham, se dividem, etc., a Esquerda Marxista vem fazendo o contrário. A revolução une os revolucionários e separa os reformistas.


O MNS está avaliando a proposta da EM e deve tomar a decisão num Encontro Nacional em Novembro. Já a JR deverá decidir sobre a fusão com a EM em Julho, no seu 11º Encontro Nacional (Acampamento pela Revolução). Tendo em vista isso, o Jornal Luta de Classes entrevistou Fabio Ramirez, militante da JR, membro da Comissão Nacional e estudante da UFMT.

JLC – O que é a Juventude Revolução?
Ramirez: A Juventude Revolução, ou JR, é uma associação de jovens que se organizam por todo o Brasil para lutar pelos direitos da juventude, e ajudar os trabalhadores a enfrentarem a brutalidade do capitalismo, por isso somos jovens revolucionários e queremos construir o Socialismo no Brasil e no mundo.


JLC – Em qual situação a juventude se encontra?
Ramirez:
Não só a juventude como os trabalhadores e o povo oprimido em geral estão a caminho da barbárie. O capitalismo teve uma época na história que trouxe certos avanços, mas hoje é cada dia mais evidente que esse sistema podre não é capaz de trazer um futuro para nós. Hoje, pegando os mais ricos do mundo, entre eles, os 2% mais poderosos detêm mais da metade de toda a riqueza do planeta, e a metade da população mundial detêm somente 1% da riqueza do mundo! Esse abismo só aumenta. Mas a juventude é parcela significante dos oprimidos: para se ter uma idéia, dados do IPEA (Instituo de Pesquisa Econômica Aplicada) publicados agora em maio demonstram que os jovens desempregados, com idade entre 15 e 29 anos, já correspondem a praticamente metade dos desempregados de todo país, exatos 46%! E dos que conseguem algum emprego, 50% dos jovens com idade entre 18 e 24 anos trabalham sem carteira assinada, ou seja, sem direito algum! Isso sem contar o alto grau de homicídios que segundo o IPEA já atinge 38% das mortes entre a juventude, o qual é fruto da violência gerada pelas drogas e pela falta de emprego e perspectivas.


JLC – Como é possível mudar esse quadro?
Ramirez:
Em primeiro lugar é preciso organização! Sem organização não há como enfrentar a burguesia, o imperialismo – que está muito bem organizado. E também a formação política e o estreitamento com a luta de classes. Por isso estamos realizando o Acampamento Nacional Pela Revolução, que se realizará em Ibiúna-SP, nos dias 18, 19 e 20 de Julho.


JLC – Por que Ibiúna?
Ramirez:
Esse ano está completando 40 anos de um dos episódios que mais marcaram o Movimento Estudantil e a luta pela liberdade no Brasil. Há exatos 40 anos o imperialismo, se utilizando da ditadura militar, pensou que podia acabar com a luta da juventude, e invadiram o Congresso da UNE que se realizava no Sítio Muduru em Ibiúna-SP. Para nós é simbólico, estamos continuando a luta pela liberdade que só pode ser conquistada de fato com o Socialismo.


JLC – Como será o Acampamento pela Revolução?
Ramirez:
O acampamento é o 11º ENJR, o Encontro Nacional da juventude Revolução. O objetivo é reunir jovens de várias partes do Brasil. A JR já funciona hoje em 8 estados. Mas queremos ampliar e que jovens de estados onde hoje a JR não tem nada possam participar. Assim, estamos dialogando com jovens de 17 estados e mais convidados internacionais da Bolívia, Paraguai, Venezuela, Argentina, México e Espanha. Sabemos que a nossa luta aqui é a luta dos jovens e dos trabalhadores do mundo inteiro, por isso os convidados internacionais. Mas nossa principal dificuldade são os recursos. Prezamos por nossa independência financeira. Portanto, para bancar o transporte de todos até Ibiúna, estamos realizando arrecadações com “pedágios”, vendas de materiais (camisetas, CDs de músicas, etc.), contribuições de entidades estudantis, sindicatos, etc.


JLC – Quem quiser contribuir financeiramente deve fazer o que?
Ramirez:
Entrar em contato por emai: contato@revolucao.org


JLC – Qual será a programação do Encontro?
Ramirez:
Serão três dias de intensas atividades. Discutiremos a conjuntura política no Brasil e no mundo, desde as guerras imperialistas até o sujo governo de coalizão entre Lula e os partidos da burguesia, fato que é um verdadeiro entrave para as lutas no Brasil, e precisa ser combatido! Tiraremos campanhas nacionais como a luta pelo Passe Livre Estudantil, a Retirada das Tropas Brasileiras do Haiti, e a formação de grêmios estudantis como forma de instrumentos de luta. E queremos lançar uma campanha internacional em defesa da Amazônia e contra as atrocidades que vem acontecendo por lá. E é lógico, teremos momentos de integração e confraternização para curtir de montão as férias, afinal, ninguém é de ferro. Roda de violão, belezas naturais, piscina, futebol, etc.


JLC – Quem quiser participar deve fazer o que?
Ramirez:
Primeiro entrar em contato pelo e-mail: contato@revolucao.org e em seguida participar das reuniões preparatórias em sua cidade, nessas reuniões são discutidos os textos base para o encontro e as campanhas financeiras para garantir o acampamento. Se na cidade do jovem interessado em participar não tiver programada nenhuma reunião, ele poderá fazer uma inscrição individual. Também poderá chamar amigos que estudam ou trabalham com ele e organizar uma delegação. No encontro haverá algumas votações que estes que estão indo pela primeira vez votarão como “convidados”.


JLC: E sobre a proposta de fusão com a Esquerda Marxista?
Ramirez:
Essa proposta foi apresentada à JR no 10º ENJR, em Joinville, no dia 3 de Fevereiro deste ano. No Encontro todos os presentes manifestaram acordo, mas decidimos levar a discussão para os núcleos da JR e para todos aqueles que militam na JR, mas não estavam presentes em Joinville. Portanto, será agora em Julho que devemos tomar posição. As discussões tem ocorrido nos núcleos e reuniões preparatórias e ninguém tem se posicionado contra. Alguns jovens questionam a relação com o PT, mas onde a discussão tem sido feita com militantes da EM presentes, todos saem convencidos da justeza da linha de estar no Partido dos Trabalhadores. Eu mesmo sou militante da Esquerda Marxista e acho que essa fusão só vai melhorar as coisas. Estou certo que os jovens que hoje são da JR, mas não são da EM, vão ajudar muito na nossa construção e o método bolchevique da EM vai ajudar a JR a impulsionar as coisas de maneira muito mais eficaz.


JLC – Um recado para a juventude
Ramirez:
Sempre que os jovens e os trabalhadores se organizaram conquistaram vitórias. Temos uma grande luta pela frente, e faremos junto com os operários na luta de classes, para por fim de vez ao capitalismo e conquistar o Socialismo, um mundo onde a juventude tenha direito ao lazer e a diversão, à cultura e o trabalho, enfim a vida plena de felicidades. Visite nosso site http://www.revolucao.org/ e organize-se conosco!

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