Roque Ferreira
Vereador PT em Bauru
Hoje (ontem) na sessão da Câmara usei a
tribuna para expressar o sentimento que centenas de servidores do DAE estão
sentindo; indignação. Indignação contra as agressões sistemáticas a que estão
sendo submetidos por conta da situação gerencial e operacional da autarquia.
É publico que o DAE atravessa
problemas estruturais que repercute na qualidade dos serviços prestados à
população. Os problemas explodiram agora na gestão do prefeito Rodrigo
Agostinho, mas a origem está em 2005 quando foram criadas duas divisões na
autarquia. Uma responsável pelos serviços de captação, tratamento e
distribuição e outra responsável pela implantação dos emissários de esgoto.
A situação chegou a tal ponto, que a
população que vem sofrendo com a falta de água, com as constantes quebras de
bombas, vazamentos etc, acabe por expressar sua revolta contra os servidores
que estão nas ruas, trabalhando em péssimas condições, sem equipamentos
adequados, sem ferramentas, e com mão de obra escassa em várias funções de
operação e manutenção.
Ora, se optaram por inchar o DAE com
indicações de pessoas despreparadas para ocuparem cargos de confiança, de
supervisão e de chefia, onde são utilizadas práticas do apadrinhamento e do
tráfego de influência (isso é corrupção), quem prestou concurso, que trabalha
na empresa há mais de 15, 20 ou 25 anos, não pode pagar a conta pelas ações de
quem tem o poder de mando.
Os servidores do DAE que necessitam do
seu trabalho, que dele tiram o seu sustento e de seus familiares precisam
entrar em cena e colocar as cartas na mesa. Precisam dizer claramente ao chefe
do executivo o que deve ser feito para que a autarquia possa ganhar musculatura
e sair da roda de crise.
Se não estão sendo ouvidos, devem se
fazer ouvir, e como regra geral, os patrões, sejam eles públicos ou privados,
só se dispõem a ouvir os trabalhadores quando estes se mobilizam, se organizam,
e demonstram sua insatisfação. Um dia de paralisação em defesa do DAE como
empresa pública de qualidade, que respeite seus servidores e a população, com
certeza teria o apoio de muitos.
Enquanto muitos apadrinhados que
entraram pelas portas do fundo, que ganham altos salários tomam chá gelado nas
tardes quentes de Bauru, os servidores que labutam no dia a dia são expostos a
situações constrangedoras e humilhantes, o que lhes causa sofrimento de forma
permanente e continuada.
Para começar a discutir com seriedade
e responsabilidade a recuperação do DAE, é fundamental discutir e praticar a
valorização de seu pessoal concursado e de carreira, e isso passa pelo envio no
prazo mais rápido possível para a Câmara Municipal do novo Plano de Cargos,
Carreiras e Salários, instrumento que pode corrigir todas as distorções que
foram sendo criadas ao longo do tempo, como por exemplo, o excesso de cargos de
confiança e funções gratificadas.
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